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Quiropraxia: crianças podem fazer?

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Quiropraxia: crianças podem fazer?

Especialista explica os benefícios das técnicas manuais para o corpo e bem-estar geral dos pequenos. Entenda:

Conhecida por aliviar dores e tratar desordens relacionadas aos ossos, ligamentos, tendões, nervos, articulações e músculos, a quiropraxia alia técnicas manuais capazes de promover bem-estar geral ao corpo. Com as mãos, o profissional faz ajustes específicos nas vértebras e ligamentos, não apenas de adultos, mas também de crianças – e até de bebês.

A quiropraxista Julianna Bellangero, membro da Associação Brasileira de Quiropraxia e especializada na técnica para o tratamento de gestantes, bebês e crianças, explica que o próprio parto é considerado um momento traumático para a coluna do bebê, especialmente se não for um parto normal. “Todas as forças que atuam sobre a cabeça e a coluna do bebê durante o nascimento podem alterar o posicionamento das vértebras e isso influencia diretamente no funcionamento da coluna e do sistema nervoso, já que esses pequenos traumas se tornam subluxações, interferindo na comunicação do cérebro com o corpo. Além disso, mais tarde, até mesmo a posição de mamar, dormir e até o fato do bebê ficar no colo, podem alterar a disposição e funcionamento correto das vértebras”, diz. É aí que entra a quiropraxia: com movimentos muito sutis e delicados, com pouquíssima pressão sobre o corpo do bebê, o profissional consegue proporcionar maior equilíbrio corporal aos pequenos.

Cada caso, um caso

Na quiropraxia, não há protocolos exatos que se aplicam a todas as crianças. O profissional avalia a coluna vertebral e faz uma análise do histórico e dos hábitos para verificar se pode haver algum outro problema associado à dor, por exemplo. “No caso de bebês, precisamos de todo o histórico clínico: como ele estava na barriga da mãe, qual foi o tipo de parto, se ele mama só de um lado, se passou por procedimentos de UTI. Daí partimos para os testes neurológicos e apalpação para ver quais articulações têm restrição de movimentos. Os indicativos dos cuidados que o bebê precisa vêm do próprio corpo dele. Ao ajustar a coluna e remover as interferências neurológicas, o corpo passa a se expressar melhor. É como num corte: ele vai se regenerando”, explica a profissional.

Para exemplificar, Julliana cita um estudo de caso que presenciou: um bebê de quatro meses chorava muito. Ao analisá-lo, foi verificado que ele tinha o palato baixo, ou seja, não conseguia mamar o suficiente e chorava de fome. “Conseguimos reposicionar o palato com as técnicas da quiropraxia e ele ficou bem”, diz. Outra paciente de Julianna a procurou contando que o bebê não gostava de mamar em um dos seios. “Na avaliação, vimos que ele tinha um torcicolo congênito, que era uma contratura da cervical. Então, ao deitar do outro lado, ele ficava sobre a lesão, o que causava dor. Esse caso também foi resolvido e o bebê passou a mamar nos dois peitos”, conta.

Quando levar a criança ao quiropraxista?

Julianna explica que o bebê pode ser avaliado por um quiropraxista logo após o nascimento, a fim de veririficar se houve qualquer alteração de posicionamento dos ossos do crânio ou da coluna, que muitas vezes não são percebidos, pois a criança ainda é muito pequena, e seu corpo se adapta rapidamente. “Em países da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo, a quiropraxia é muito mais conhecida que no Brasil, tanto que alguns pais levam seus filhos para a consulta com um quiropraxista logo após a primeira ida ao pediatra”, diz.

Bebês que estão aprendendo a engatinhar e andar também podem se favorecer da quiropraxia, já que nessa fase são comuns as quedas, que podem alterar os ossos da coluna e da bacia. Já as crianças em idade escolar e, que, portanto, fazem muitas atividades físicas e, muitas vezes, precisam suportar ainda o peso da mochila, também podem ter influências negativas no desenvolvimento da coluna. A quiropraxia entra como uma técnica complementar à saúde da criança.

Contraindicações

As contraindicações são apenas para as crianças que já sofrem com fraturas na coluna ou têm algum tumor ósseo. As demais devem ser avaliadas por um profissional capacitado e credenciado, de preferência que seja especializado no atendimento de bebês ou crianças.

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